Não sei se pode, mas eu vou ter que escrever nomes. Caso o TRE determine minha detenção para averiguação de possíveis crimes eleitorais, apareça na cadeia pra me fazer uma visita (se você for uma moça formosa, pode ser visita íntima, belê?).
Vamos à questão: o que faz com que um cidadão-nem-sempre-pagador-de-seus-impostos ache que tem capacidade de ser o representante oficial de uma parcela da população? Várias podem ser as respostas – notoriedade, participação nas decisões junto ao Governo, ou outras mais politicamente corretas –, mas vou me deter em uma: exibicionismo, puro e simples.
Que motivos existem para o senhor Sales Dantas, um claríssimo exemplo de dislexia verbo-intelectual, tenha se candidatado ao cargo de vereador, e ainda por cima (pasme!) se apresentando como “A SUA VOZ”? Só se você fosse um gato (felino, dos que miam) e estivesse com uma bola de pelos entalada na glote...
Quais benefícios serão proporcionados à população da Filipéia de Nossa Senhora das Neves caso o popularíssimo candidato Jota Ferreira consiga a tão disputada poltrona-reclinável-com-massageador-e-termostato-embutido na Câmara Municipal? Muito provavelmente, uma vez por semana, depois de algum ato de constrangimento público, um “empresário bem sucedido e cristão de bom coração” viria a liberar uma cadeira de rodas (com a roda menor na parte de trás) para uma triste senhora, hoje incapacitada de fazer a feira andando, como fazia antigamente... Ou então algum programa de tevê exibiria o rosto de seus “adversários políticos” no quadro dos “anjinhos do dia”. Isso, muito certamente, seria de grande valia para o bom desenvolvimento sócio-econômico-intelectual da população de baixa renda da periferia (João Pessoa TEM periferia ou É periferia..?), já que o povo “precisa” ver o que tem de “realidade” na hora do almoço.
Tem mais: sabe quem é Jonas Batista? Sabe sim: é aquele que resolve parte dos problemas da população menos favorecida (e alguns nem tão coitadinhos assim) dando a cada um a chance de pagar mico na TV procurando seus desaparecidos entes queridos, ou a mais desaparecida ainda vaga no mercado de trabalho. Sociologicamente, essa é uma coisa boa de se fazer, mas não dá nenhuma consistência em uma disputa eletiva!
Acredito (por enquanto) que cada uma dessas pessoas deve ter elaborado uma plataforma de governo mais aceitável, mas du-vi-dê-ó-dó que exista um mínimo de aplicabilidade para algumas das suas idéias. Mas tudo bem... Afinal, o que esperar de um povo que vota num cara cujo único argumento que lhe cobria as costas durante a sua campanha eleitoral era sua história de vida, seu passado de trabalhador? Aliás, coisa que não deveria fazer nenhum sentido à época, e hoje é que não faz mesmo.
Uma coisa é certa: a maior consequência de eleger alguém que não vai nem vem é a mesma que quando decidiram colocar Dunga (que nunca foi treinador de time nenhum) pra comandar a gloriosa Seleção Canarinho (ou Canarinha?). Ou o mesmo que escolher o cara mais gatchinho como presidente de classe numa escola pública. Todo mundo vai querer bons resultados, mas sem uma boa formação anterior, isso não vai acontecer. É utopia! Ser conhecido ou famoso não é suporte para ninguém traçar os rumos da vida de uma cidade. Caso seja, MULHER-MELANCIA PARA VEREADORA, DEPUTADA E SENADORA, tudo ao mesmo tempo!!!
Pense no que vai fazer, pelo menos nos 10 segundos que separam a permissão do presidente da mesa e o seu apertar dos pitocos. Ou anule seu voto, que dá no mesmo.
Uma última pergunta: alguém conhece as propostas de campanha, o passado político, ou quais motivos ajudaram a concretizaram e consolidar a avassaladora candidatura do ilustre BOY DAS BATERIAS???